Dia 03/09, a Câmara Municipal de São Paulo, concedeu a Homenagem “Salva de Prata” às Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, “pelos relevantes serviços prestados”. Lembramos que a Rota foi criada em 1970 com a finalidade de combater os grupos que lutavam contra o Regime Militar, e por uma vida melhor ao nosso povo. Nos dias de hoje, a ROTA está a serviço do Estado de São Paulo no projeto de GENOCÍDIO da JUVENTUDE PRETA E POBRE. Nas periferias, todos nós sabemos que homenagear a ROTA é necessariamente legitimar a violência do Estado.
No dia 02/10, dia em que relembramos o Massacre do Carandiru há 21 anos, o Comitê contra o Genocídio da População Preta Pobre e Periférica convoca Ato contra a Militarização da Câmara Municipal!
1/10 – Oficina de Cartazes do Comitê contra o Genocídio para o ato.
Às 17hrs na São Francisco
2/10 – Ato contra a Militarização da Câmara Municipal.
Concentração às 17hrs no Teatro Municipal
Para o fim dos massacres e do genocídio, é preciso discutir a militarização das nossas polícias!
A alta letalidade policial, como demonstram estudos e especialistas em segurança pública é ineficiente no objetivo de conter a violência e é uma expressão da selvageria institucionalizada, financiada pela população. Em especial, as principais vítimas da violência policial, os jovens negros e moradores das periferias, como aponta o Mapa da Violência (2011/2012).
Segundo o relatório da Ouvidoria da Polícia Militar no Estado de Pão Paulo, a polícia paulista matou 6% a mais do que todas as polícias dos EUA juntas. Se ressaltarmos que a população de São Paulo é o 8 vezes menor que a dos EUA, teremos a noção da brutalidade da situação aqui instalada.
No final do mês de maio, o Conselho de Direitos Humanos da ONU sugeriu a pura e simples extinção da Polícia Militar no Brasil. Para vários membros do conselho (como Dinamarca, Espanha e Coreia do Sul), estava claro que a própria existência de uma polícia militar era uma aberração só explicável pela dificuldade crônica do Brasil livrar-se das amarras institucionais produzidas pela ditadura.
Isto talvez explique por que, segundo pesquisa divulgada pelo IPEA, 62% dos entrevistados afirmaram não confiar ou confiar pouco na Polícia Militar. Da mesma forma, 51,5% dos entrevistados afirmaram que as abordagens de PMs são desrespeitosas e inadequadas.
As pessoas estão com medo e demandam aos seus representantes maior segurança. No entanto, não é isso que o policiamento ostensivo, baseado na truculência, deu à nossa população ao longo de tantos anos. O que esse tipo de polícia vem conseguindo mostrar é que a alta letalidade policial tende a vitimar inocentes e é incapaz de combater a criminalidade. Vende a idéia de pacificar, mas espalha o terror em comunidades, especialmente as mais pobres, cujos cidadãos têm dificuldade de acessar a justiça ou a imprensa. Sabemos muito bem a que vem servindo a Ronda Tobias de Aguiar- ROTA. Uma corporação que merece ser lembrada não pela Salva de Prata, mas pela chuva de balas que há décadas é lançada contra a população paulistana, alçando candidaturas sob o custo da vida de pessoas inocentes.
Enquanto os Vereadores aprovam homenagens macabras, sujando a Câmera Municipal de São Paulo de sangue, projetos de real interesse para o Município são deixados de lado
Em repúdio, a homenagem a Rota e as Medalhas aprovadas pela Bancada da Bala da Câmara Municipal e em repúdio a política de Genocídio patrocinado pelo Estado convocamos todos para Ato Contra a Militarização da Câmara Municipal de São Paulo.
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